Camada de compressão com argamassa de betonilha estrutural ligeira

Descrição do sistema

La Barceloneta é um bairro à beira-mar da cidade de Barcelona, cuja construção começou em 1753 e foi inaugurada em 1755, com o objetivo de realojar os cidadãos que tinham sido expulsos do bairro de Ribera para construir a fortaleza da cidadela e os camponeses recém-chegados convertidos em trabalhadores.

Sendo o primeiro bairro de expansão urbana construído fora das muralhas da cidade, foi-lhe dado o nome de Barceloneta para reforçar a sua identidade com a Grande Barcelona.

Naquela época, a disciplina de urbanismo não estava incluída na formação dos arquitectos, pelo que a gestão de numerosos projectos foi realizada por engenheiros militares. Assim, no caso de Barceloneta, o engenheiro militar Juan Martín Cermeño foi o responsável pela criação do bairro, e o seu projeto aplicou critérios de organização característicos dos acampamentos militares, como a repetição modular, a disposição rectilínea e a clareza espacial.

Os edifícios eram inicialmente moradias unifamiliares de rés do chão mais 1 andar, com cerca de 120 m2, com acesso a duas ruas para uma ventilação óptima. O forte crescimento demográfico do bairro, devido à industrialização do século XIX, levou os proprietários destas casas a quererem rentabilizá-las economicamente e, a partir daí, começaram a separar o rés do chão do primeiro andar. O aumento da pressão habitacional levou a um novo passo na divisão das habitações, surgindo as “casas de bairro”, com dimensões entre os 28 e os 35 m2, que passaram a albergar famílias com um elevado número de elementos.

Em 1839, as autoridades autorizaram a construção de um primeiro andar. Em 1858, Barceloneta passa da jurisdição militar para a municipal. Em 1868, a Câmara Municipal autoriza a construção de um terceiro piso e, em 1872, é concedida autorização para a construção do quarto piso.

A casa em que foram aplicados os produtos Molins corresponde a uma destas divisões, e está situada num edifício de rés do chão+2, cuja estrutura horizontal (lajes) é constituída por vigas de madeira e abóbadas cerâmicas.

Motivo da intervenção

No âmbito da reabilitação da casa, que incluiu a sua adaptação estrutural, foi decidido levantar algumas zonas do pavimento onde se observavam importantes defeitos de planimetria, de modo a proceder à sua reparação e nivelamento.
Quando esta operação foi efectuada, verificou-se que:
“O pavimento, constituído por ladrilhos cerâmicos não vidrados, está assente sobre uma camada de base de argamassa não armada.
“As vigas de madeira encontram-se em aparente bom estado de conservação, com perda de secção em algumas zonas.

Para efetuar a reparação, optou-se por substituir a argamassa de suporte das lajes por uma camada de compressão reforçada, realizada com a argamassa estrutural aligeirada PROPAM® RECRECIDO LIGERO AR, que permitirá uma melhor distribuição das cargas, homogeneizando a contribuição resistente do conjunto das vigotas.

Desafios e condicionalismos

“Proteger a madeira das vigas contra a ação da humidade ambiente.
“Evitar que a água utilizada para misturar a argamassa utilizada na camada de compressão afecte as vigas de madeira.
” Obter uma boa ligação física entre as vigas de madeira e a camada de compressão.
” Obter um comportamento mecânico da camada de compressão superior a 30 N/mm2 (aos 28 dias) com uma espessura média de 7 cm de argamassa aligeirada.

Solução Molins

“Aplicação de uma camada protetora de BETOPOX® 93 sobre a superfície das vigas.
“Uma vez instalados os conectores, para favorecer a aderência mecânica entre a camada de compressão e as vigas, aplicação de uma nova camada de BETOPOX® 93 com um pó de agregado fino de quartzo natural enquanto a resina ainda está fresca.
“Instalação da malha electrosoldada para a distribuição das cargas.
“Colocação da argamassa PROPAM® RECRECIDO LIGERO AR para formar a camada de compressão.

Execução

“Limpeza dos resíduos de poeira da superfície das vigas e aplicação de uma primeira demão de BETOPOX® 93, uma ponte de união de dois componentes à base de resinas epoxídicas de baixa viscosidade, com uma gramagem de 150 g/m2, que actuará como barreira protetora contra a humidade ambiental. O BETOPOX® 93 cumpre os requisitos da norma EN 1504-7.

“Instalação de conectores para permitir uma melhor ligação física entre as vigas e a camada de compressão. Aplicação de BETOPOX® 93 a uma taxa de 200 g/m2, e polvilhamento de agregado de quartzo natural (0,4-0,9 mm) até à saturação, enquanto a resina ainda está fresca. Após 24 horas, varrer a superfície para remover o agregado não aderente. A preparação da superfície da viga desta forma promove a ligação (adesão mecânica) da camada de compressão à superfície da viga.

“3 ) Fixação da rede electrossoldada (Ø 5 mm, ME 15×30)

“Colocação da argamassa PROPAM® RECRECIDO LIGERO AR (CT-C25-F5), micro-betão leve, para a execução de betonilhas estruturais em espessuras de 30 a 100 mm. É 40% mais leve que o betão convencional e cumpre os requisitos da norma EN 13813.
O acabamento final é feito com um revestimento ligeiro.

Nota técnica

A argamassa PROPAM® RECRECIDO LIGERO AR apresenta três vantagens fundamentais em relação ao betão convencional na reabilitação de estruturas antigas:
“É 40% mais leve, o que alivia o peso da estrutura.
“Adquire uma elevada resistência mecânica num tempo muito curto, reduzindo os tempos de execução.
“Requer menos espessura do que o betão, o que reduz significativamente a perda de espaço útil.

A densidade de um betão convencional endurecido é de cerca de 2 a 2,2 kg/dm3, enquanto a densidade da argamassa PROPAM® RECRECIDO LIGERO AR endurecida é de aproximadamente 1,2 kg/dm3. Esta leveza, aliada a resistências à compressão aos 28 dias superiores a 25 N/mm2, permite a realização de betonilhas estruturais com pesos entre 40% e 50% inferiores e, portanto, a reabilitação de lajes antigas com problemas de peso estrutural.

A baixa densidade desta argamassa é conseguida com uma cuidadosa granulometria dos agregados leves e com a utilização na sua formulação de uma combinação perfeitamente estudada de aditivos fluidificantes e arejadores, que conseguem introduzir na massa poros de ar devidamente estabilizados e não ligados entre si, de modo que a durabilidade não é afetada, pois não contribuem para a difusão da água ou de outros agentes externos que degradam a argamassa.

As betonilhas obtidas com PROPAM® RECRECIDO LIGERO AR são também bons isolantes térmicos e acústicos, devido precisamente ao seu conteúdo de poros de ar estabilizados. A condutividade térmica (λ) desta betonilha é de 0,4 W/mk.